Sinopse
Terminada a Guerra Civil espanhola, com a vitória das tropas franquistas, o guerrilheiro Manuel Artiguez encontra refúgio na cidade francesa de Pau. Vinte anos depois, um garoto de 11 anos, Paco Dages, pergunta a um homem, chamado Pedro, por qual motivo Artiguez abandonou suas atividades de combate ao franquismo. Pedro envia Paco à França com a finalidade de encontrar seu tio e Artiguez.
Quando o garoto encontra o ex-guerrilheiro, pede-lhe para que mate Viñolas, um oficial da Guarda Civil responsável pela morte de seu pai. Enquanto isso, Viñolas toma conhecimento de que a mãe de Artiguez, Pilar, acha-se à beira da morte no hospital de San Martín e aproveita a oportunidade para armar uma armadilha contra seu inimigo, presumindo que ele irá visitá-la. Pouco antes de sua morte, entretanto, Pilar toma conhecimento da armação preparada por Viñolas, o que faz com que ela convença seu confessor e amigo, Padre Francisco, a levar uma carta para o filho, implorando-o para que não venha a San Martín.
Depois que Pilar morre, Viñolas mantém a versão de que ela ainda vive, a fim de tentar atrair Artiguez de volta à Espanha e, assim, poder emboscá-lo e matá-lo. Nesse sentido, envia Carlos à Pau, com a finalidade de convencer o ex-guerrilheiro a ir visitar a mãe em San Martín. Por outro lado, quando Padre Francisco chega à casa de Artiguez, não o encontra. Ele, então, pede a Paco para que o avise de que sua mãe morreu, bem como, que não deve ir a San Martin por motivos de segurança, mas por razões egoístas, o garoto rasga a carta e não transmite a mensagem.
Entretanto, depois que reconhece Carlos como sendo um dos homens de Viñolas, na casa de Artiguez, Paco conta toda a verdade a este. Tentando esclarecer a confusão, o ex-guerrilheiro leva Carlos e Paco à Lourdes a fim de conversar com o sacerdote, mas não o encontrando, deixa Carlos ir embora. No caminho de volta, eles avistam Padre Francisco e o convidam para ir até a casa de Pau. Carlos também retorna à mesma casa, por conta de sua mochila, mas ao pressentir uma armadilha, foge.
Padre Francisco confirma a história de Paco e, depois de muito discutirem, Artiguez decide ir a San Martín de qualquer maneira, presumivelmente com a intenção de matar Viñolas. Uma vez lá, com a ajuda do garoto, ele entra no hospital e chega até o teto, onde encontra e mata um franco-atirador franquista. Em seguida, consegue matar Carlos e alguns policiais, mas termina morto no tiroteio que se forma.
Comentários
Baseado num livro de Emeric Pressburger, “A Voz do Sangue” é um surpreendente e envolvente filme do cinema norte-americano de meados dos anos 60. Realizado por Fred Zinnemann, um dos grandes cineastas de todos os tempos, responsável por filmes como “A Um Passo da Eternidade”, “Matar ou Morrer”, “O Homem Que Não Vendeu Sua Alma”, entre tantos, sua trama gira em torno de Manuel Artiguez, um guerrilheiro que se refugia na França quando as tropas do Generalíssimo Francisco Franco saem vitoriosas da Guerra Civil Espanhola, e de Viñolas, um oficial da Guarda Civil franquista que colocou como uma das missões de sua vida, matá-lo.
Zinnemann apresenta um ótimo trabalho, embora em alguns momentos imprima um ritmo um pouco lento. A fotografia em preto e branco de Jean Badal é razoavelmente boa, assim como, a trilha sonora do renomado Maurice Jarre.
O elenco multinacional tem como principais atores Gregory Peck, Omar Sharif e Anthony Quinn, com destaque para a atuação deste último. O elenco coadjuvante também apresenta grandes atores como a americana Mildred Dunnock, o francês Christian Marquand e o italiano Paolo Stoppa.
Na época de seu lançamento, “A Voz do Sangue” teve sua exibição proibida em todo o território espanhol, por ordem do então ditador Francisco Franco. A primeira exibição em Madrid só se deu em maio de 1969.
CAA