SONATA DE OUTONO (1978)
HöstsonatenOutros Títulos: | Sonate d'automne (França, Canadá) Sinfonia d'autunno (Itália) Sonata de otoño (Espanha, México, Venezuela) Sonata otoñal (Argentina) Herbstsonate (Alemanha) Jesienna sonata (Polônia) Herfstsonate (Holanda) Høstsonaten (Dinamarca) |
Pais: | Suécia, França, Alemanha |
Gênero: | Drama, Música |
Direção: | Ingmar Bergman |
Roteiro: | Ingmar Bergman |
Produção: | Katinka Faragó |
Design Produção: | Anna Asp |
Fotografia: | Sven Nykvist |
Edição: | Sylvia Ingemarsson |
Figurino: | Inger Pehrsson |
Guarda-Roupa: | Gisela Bergquist |
Maquiagem: | Cecilia Drott |
Efeitos Sonoros: | Owe Svensson, Tommy Persson |
Nota: | 9.8 |
Filme Assistido em: | 1979 |
Ingrid Bergman | Charlotte Andergast |
Liv Ullmann | Eva |
Lena Nyman | Helena |
Halvar Björk | Viktor |
Marianne Aminoff | Secretária particular de Charlotte |
Arne Bang-Hansen | Tio Otto |
Gunnar Björnstrand | Paul |
Erland Josephson | Josef |
Georg Løkkeberg | Leonardo |
Mimi Pollak | Professora de Piano |
Linn Ullmann | Eva, quando criança |
Eva von Hanno | Enfermeira |
Knut Wigert | Professor |
Prêmios Globo de Ouro, EUA
Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira
Prêmios Bodil - Copenhague, Dinamarca
Bodil de Melhor Filme Europeu (Ingrid Bergman)
Prêmios David di Donatello, Itália
David de Melhor Atriz Estrangeira (Liv Ullmann)
David de Melhor Atriz Estrangeira (Ingrid Bergman)
Sindicato dos Jornalistas Críticos de Cinema, Itália
Prêmio Fita de Prata de Melhor Diretor de Filme Estrangeiro (Ingmar Bergman)
Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York, EUA
Prêmio de Melhor Atriz (Ingrid Bergman)
Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos Estados Unidos
Prêmio de Melhor Atriz (Ingrid Bergman)
National Board of Review, USA
Prêmio de Melhor Direção (Ingmar Bergman)
Prêmio NBR de Melhor Atriz (Ingrid Bergman)
Prêmio NBR de Melhor Filme em Língua Estrangeira (Alemanha)
Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Oscar de Melhor Atriz (Ingrid Bergman)
Oscar de Melhor Roteiro Original (Ingmar Bergman)
Prêmios Globo de Ouro, EUA
Prêmio de Melhor Atriz em um Drama (Ingrid Bergman)
Prêmios César - Academia das Artes do Cinema, França
César de Melhor Filme Estrangeiro (Ingmar Bergman)
Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, EUA
Prêmio de Melhor Atriz (Ingrid Bergman)
Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro (Ingmar Bergman)
Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York, EUA
Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro
Prêmio de Melhor Direção (Ingmar Bergman)
Eva conheceu o marido, Viktor, durante uma Conferência de Bispos em Trondhelm, na Noruega. Ela se encontrava lá, na qualidade de jornalista, quando ele a convidou para conhecer sua paróquia. Aceitando o convite, pouco tempo depois os dois achavam-se casados. Antes, ao sair da Universidade, morou alguns anos com um médico, escreveu dois livrinhos e, ao pegar tuberculose, separou-se dele, mudando-se de Oslo para uma pequena cidade.
Os dois desfrutam de uma vida tranqüila na paróquia. Tendo uma irmã, Helena, portadora de uma doença nervosa degenerativa, Eva a trouxe para sua casa, a fim de poder melhor cuidar dela. Agora, ao saber que sua mãe, uma famosa concertista de piano, acaba de perder seu companheiro de treze anos, Leonardo, ela combina com o marido escrever uma carta convidando-a para passar uma temporada com eles.
Charlotte, sua mãe, aceita o convite e chega finalmente para rever a filha que não via há sete anos. Entretanto, a alegria do encontro é ameaçada quando Eva lhe fala que tirou sua irmã doente, da Clínica onde se encontrava, e a trouxe para casa a fim de poder dar-lhe uma maior atenção. Para Charlotte, é difícil encarar a filha com uma doença incurável, principalmente agora que acaba de perder seu companheiro.
Embora tenha deixado claro para Eva que preferia que Helena não se encontrasse ali, ao vê-la, no entanto, demonstra estar feliz em saber que a irmã está cuidando dela e também pelo fato das três se acharem novamente juntas. Ao saírem do quarto de Helena, Eva comenta com o marido que a mãe é uma atriz que representa muito bem, enquanto Charlotte, em seus aposentos, tem uma crise de consciência, ao mesmo tempo em que planeja encurtar sua estada com as filhas. Chega a pensar em comprar um carro novo para Eva e Viktor.
À noite, ao ouvir a mãe gritar, Eva corre até o quarto dela, onde a encontra assustada com um pesadelo que acabara de ter. Eva senta-se numa poltrona e começa a falar de sua infância infeliz ao lado do pai, igualmente infeliz. Comenta que Charlotte sempre foi uma mãe e esposa ausente, só pensando nela própria; que ao trair o pai, era ela quem tinha que consolá-lo; que, ao ficar doente, era entregue aos cuidados de uma babá; que, por não conseguir odiá-la, seu ódio transformava-se num medo insano. Finalmente, culpa a mãe pela doença da irmã e, mais ainda, por tê-la internado.
Por sua vez, Charlotte lhe diz: "Quero que saiba que sou tão indefesa quanto você. Não guardo boas recordações de minha infância. Não me lembro de meus pais terem me tocado, nem com carícias, nem por castigo. Ignorava qualquer coisa relacionada ao amor: ternura, toques, intimidades. Apenas através da música, pude demonstrar meus sentimentos. À noite, quando não consigo dormir, questiono-me se realmente tenho vivido. Eva, perdoe-me por tudo o que fiz de errado. Tentarei corrigir meu jeito de ser e, para isso, preciso de sua ajuda".
No dia seguinte, Charlotte parte, o que deixa Eva bastante perturbada, a ponto de ter medo que venha a se suicidar. Esta, acredita ter forçado a partida da mãe, pelo que nunca vai se perdoar. Decide, então escrever-lhe uma carta dizendo-lhe que foi injusta, ao fazer-lhe cobranças ao invés de lhe dar carinho, até porque o antigo ódio não mais existia. Diz ainda, na carta, que espera que não seja tarde demais, pois não pretende deixá-la sair de sua vida de novo.
"Sonata de Outono" é mais magnífico filme do sueco Ingmar Bergman. Sua história narra a complicada relação entre mãe e filha, de forma comovente e extremamente realista. Cada gesto, cada réplica, tudo soa verdadeiro.
Mais uma vez, Bergman apaixona-se por uma história de família marcada pelo ódio, contradições, medo, tristeza, interrogações, remorsos. A ausência emocional da mãe provoca danos irreparáveis, como a doença degenerativa de uma das filhas. Depois de sete anos sem se verem, o encontro entre mãe e filha, inicialmente marcado pela alegria, logo se transforma numa confrontação com cenas de rara violência psicológica. No final, fica uma mensagem de que o amor é a única possibilidade de se sobreviver.
As interpretações de Ingrid Bergman e Liv Ullmann são excepcionais, perturbadoras e admiráveis. As duas foram contempladas com o Prêmio David de Melhor Atriz Estrangeira. Ingrid ainda foi indicada ao Oscar, mas o perdeu para Jane Fonda, por sua atuação em "Amargo Regresso". Na minha opinião, entretanto, Ingrid e Liv superam, tranquilamente, a atriz americana. Merece, ainda, ser destacado o ótimo trabalho de Lena Nyman, no papel da filha doente.
CAA